domingo, 29 de novembro de 2009

MEDICINA ORTOMECULAR EM GATOS



O termo ortomolecular é uma palavra composta, cujo um dos componentes possui etmologia grega (ortho=justo), e significa presença em proporções adequadas das moléculas que são convenientes ao organismo. Linus Pauling, pr6emio Nobel de Química (1954) e da Paz (1963), definiu-a da seguinte forma: “Medicina ortomolecular é conservar a saúde ótima e tratar as enfermidades variando as concentrações das substâncias que normalmente estão presentes no organismo e são necessárias para uma boa saúde”.


Como meta, a medicina ortomolecular visa compreender as inter-relações que ocorrem em nível bioquímico do organismo animal para poder atuar em conformidade com esses próprios mecanismos, harmonizando de maneira global o bioquimismo  de células, órgãos e sistema. A medicina ortomolecular é um ramo nascente das ciências médicas e na medicina veterinária, especificamente. Tem como objetivo básico manter em equilíbrio as moléculas que formam parte do organismo animal.


Atualmente, já é soberana de seus objetivos de estudo. Não constitui meramente uma via terapêutica alternativa, mas pode-se dizer que ela assume um perfil de maturidade inegável, uma vez que está assentada nas sólidas bases de inúmeras disciplinas no campo das biociências, tais como a farmacologia, endocrinologia, nutrologia, bioquímica etc.

Essa nova medicina tem uma finalidade grandemente preventiva, e se baseia principalmente na orientação alimentar e na complementação de nutrientes, tais como as vitaminas, os minerais, os aminoácidos e outros elementos que carecemos. A Medicina Ortomolecular, como passou a ser conhecida essa forma de tratamento, preocupa-se também com a eliminação dos chamados radicais livres, ou seja, as substâncias presentes no organismo que são responsáveis por numerosas doenças e pelo processo de envelhecimento. 

Reordenação bioquímica 

O reequilíbrio metabólico é feito por meio da correção dos mecanismos moleculares fisiológicos, suprindo o organismo animal com os elementos adequados para essa reordenação bioquímica. Em tal contexto assumem especial destaque as vitaminas, aminoácidos e sais minerais. Esse enfoque terapêutico está hoje sedimentado numa conceitualização bastante ampla, trazendo contribuições formidáveis para a prevenção e tratamento das patologias originadas pelos radicais livres. Os radicais livres constituem um fenômeno que ocorre utilizando oxigênio como fonte principal para a sua formação, resultando espécies intermediárias instáveis do oxigênio, chamados radicais livres do oxigênio ou oxirradicais.
 
Os radicais livres apresentam desvantagens enormes quando sua produção supera a capacidade antioxidante natural do organismo e, nessa condição de adversidade, podem condicionar situações degenerativas crônicas para os tecidos corporais. O caráter ortomolecular de uma substância empregada na terapêutica é dado pela sua participação normal em quaisquer compartimentos do organismo animal. Nesse aspecto, todas as vitaminas, os minerais, aminoácidos, etc – quando empregados no tratamento de várias patologias – são considerados fármacos ortomoleculares, pois são substâncias participantes obrigatórias da constituição da matéria viva.
 
As de cunho genético compreendem distúrbios recessivos autossômicos em que a patogenia por radicais livres dá-se pelo comprometimento que existe nos mecanismos de proteção antioxidante, comumente sistemas enzimáticos ou de transporte. No caso da hemocromatose, em sua forma idiopática (de origem genética), há um acúmulo excessivo de ferro nos tecidos, caracterizado clinicamente por pigmentação cutânea, diabetes melittus, hepatomegalia com cirrose e até insuficiência cardíaca.
 
As de cunho genético-ambientais, que incluem câncer, doenças cardiovasculares e outras condições, originam-se de um somatório de eventos facilitadores da ação dos radicais livres. Tem-se assim a superposição do fator genético, que condiciona uma frágil defesa antioxidante, ao fator ambiental, por exposição aumentada aos nóxios geradores de radicais livres (poluição atmosférica, tipo de dieta, contaminantes, infecção, estresse).
 
No último grupo, cabe aos fatores ambientais a maior participação na geração dos radicais livres, sejam eles correlacionados a fontes exógenas (radiação UV, poluição, excesso de ferro e/ou cobre na dieta) ou endógenas, tais como produção de catecolaminas (nas condições de estresse), dos eicosanóides (no processo inflamatório) e a ativação da enzima xantina-oxidase (no processo de isquemia-reperfusão). Nos processos infecciosos, há, igualmente, grande produção de radicais livres pelos fagócitos. Este mecanismo é, no entanto, de utilidade para o organismo, pois aí se tem um processo até certo ponto dirigido especificamente à lise de microorganismos. Uma maior produção de radicais livres pode ocorrer igualmente em situações de tratamento médico (iatrogênese). O exercício físico constitui-se numa condição grandemente favorecedora da geração de radicais livres do oxigênio.


Fosforilaçao oxidativa 

Para entendermos melhor a formação de radicais livres teremos que rever o processo da cadeia respiratória que ocorre nas mitocôndrias, numa seqüência enzimática (desidrogenase > flavoproteína > citocromo b > citocromo c > citocromo oxidase), na qual existe uma hierarquia de eletronegatividade: cada componente subseqüente é um oxidante mais forte que o anterior e o oxigênio aparece no final da seqüência, na última etapa, pois é ele o oxidante mais forte. Desse modo o elétron "caminha" pela seqüência com acoplamento a síntese de ATP. Isto é, a energia liberada pelo elétron é armazenada na ligação pirofosfato terminal do adenosina- trifosfato(ATP).

Esse é um processo contínuo de oxirredução (a chamada fosforilaçao oxidativa), que tem como aceptor final de elétrons o oxigênio. A união deste com os elétrons provindos da cadeia respiratória, mais os prótons do hidrogênio (que permanecem em solução), origina a água metabólica. Essa é a função do oxigênio no processo respiratório: atuar como oxidante final, dando continuidade ao fluxo de elétrons pela cadeia respiratória.

Contudo, nem sempre essa rota de oxigênio – da absorção até a oxidação final dos hidrogênios na cadeia respiratória – é fielmente seguida. Em variadas condições, o oxigênio toma sua índole oxidativa de modo intempestivo, promovendo oxidações nefastas às estruturas celulares. Há, nesse caso, formação das chamadas espécies intermediárias do oxigênio ou radicais livres, que são extremamente reativas.

Ao final daquela seqüência de oxirreduções, o oxigênio é reduzido pela citocromo oxidase, um complexo formado pelos citocromos a e a3, além do cobre. Este último componente enzimático da cadeia respiratória constitui-se efetivamente no mais importante redutor do organismo animal, pois ele promove a redução do O2 dando origem a água metabólica (redução tetravalente), numa única etapa, sem a formação das espécies intermediárias.

Por esse mecanismo são metabolizados cerca de 95% do oxigênio que participam das reações intracelulares. Uma pequena parcela, aproximadamente 5%, passa porém por um processo de redução monoeletrônica, originando os muito reativos radicais livres (O2 OH). Enzimas como a superóxido-desmutase (SOD), a catalase e outras peroxidases são encarregadas de desativar prontamente tais espécies reativas.

O perigo potencial do oxigênio é, pois, uma condição eficazmente combatida por mecanismos bioquímicos específicos de que o organismo animal dispõe – se estes não tiveram, contudo, impedimentos a sua atividade. Essa toxidade do oxigênio, um elemento vital aos organismos aerobiontes, constitui, assim, o "paradoxo do oxigênio".

Sabe-se hoje que muitas dessas doenças poderiam ser evitadas com uma consciência médica voltada ao tratamento preventivo. Nesse caso, a terapia ortomolecular não só contribuiria dando substrato ao organismo para um aumento de suas defesas como também evitaria o envelhecimento precoce desencadeado pela elevação exagerada dos radicais livres.

Existem métodos de detecção que auxiliam o veterinário a comprovar os efeitos nocivos dos radicais livres, bem como a quantidade de minerais tóxicos que promovem a ação desses mesmos radicais. Um dos métodos é a análise mineralógica do pelo, que consiste em quantificar os minerais de uma amostra de pelo retirada dos animais. Outro método bastante simples é a análise por microscopia óptica de gota de sangue coagulada (HLB-teste), que observa destruição da matriz sanguínea extra-celular pelos radicais livres.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LACERDA, P. Manual Prático de Medicina Ortomolecular. Miami, USA, Ed. Andrei, 1994. 106 p.
OLSZEWER, Efrain. Tratado de Medicina Ortomolecular. São Paulo. Nova Linha Editorial. 1995.
SIGNORINI, J. L. & SIGNORINI, S. L. Atividade física e radicais livres: aspectos biológicos, químicos, fisiopatológicos e preventivos. São Paulo, Ed. Universidade de São Paulo – Ícone, 1993.

 


Engana-se quem pensa que envelhecer é "privilégio" (ou será prejuízo?) apenas de nós, seres humanos. Com o passar dos anos, animais também perdem o equilíbrio celular, e, consequentemente, o vigor físico.

Por essa razão, a medicina veterinária também aplica as técnicas da terapia ortomolecular. A prática busca proporcionar mais força aos animais esportistas, como cavalos, mas também pode visar a prevenção de doenças agudas e a cura de distúrbios pré-existentes em bichos de estimação.

"Precisamos promover uma sintonia fina no organismo do animal. Isso só se consegue com o equilíbrio das células." A explicação é do veterinário Ricardo Ávila, 32, que, além de atender os próprios clientes, também presta consultoria para o Quality Trainning Centre, onde são preparados quatro dos seis cavalos da equipe brasileira que participa do mundial de enduro equestre em agosto, na França.

Segundo ele, o tratamento dos animais é direcionado para o tipo de esporte que praticam. Cavalos, por exemplo, podem competir em provas de corrida, salto ou enduro. "O cavalo de corrida produz energia de rápido acesso. Por isso precisa de mais magnésio que o animal de enduro, que queima energia mais lentamente", explica.

A alimentação à base de vegetais pode proporcionar aos cavalos atletas uma elevação na quantidade de metais presentes no organismo. O veterinário Ricardo Ávila diz que o excesso de metais pesados, como chumbo, alumínio, cádmio e bário, pode prejudicar o trabalho muscular, afetar o sistema nervoso e dificultar o aprendizado dos cavalos.

A contaminação, contudo, não ocorre apenas por meio de alimentos. Se o níquel presente na liga metálica do freio estiver em excesso, e o freio estiver desgastado, esse excesso é absorvido oralmente pelo animal. Outro caso é a presença de alumínio na água, através dos canos ou das paredes do cocho.


Uma das principais preocupações entre atletas de qualquer modalidade está relacionada à acusação de doping (uso de drogas para melhorar o desempenho). O veterinário garante, porém, que o uso desses nutrientes não tem efeito de dopagem. "É absolutamente comprovado: vitaminas e sais minerais não têm esse efeito."


Animais "companheiros"

Mas os animais domésticos também sofrem os efeitos do envelhecimento celular. "Os animais de companhia estão cada vez mais domiciliados, comem muita ração industrializada. Essa ração tem grande concentração de farelos de vegetais, mas é deficiente em zinco no teor do ácido graxo ômega 3, componente do óleo vegetal", afirma Ricardo Ávila.

Segundo ele, a baixa concentração desse componente dos óleos vegetais pode provocar coceira, descamação e até queda de pêlos.

Outra função da terapia ortomolecular em animais "de companhia" é semelhante ao que mais atrai as pessoas nessa terapia alternativa: o combate ao envelhecimento precoce.

"Antes, os cães de raça viviam cerca de cinco anos. Hoje já é possível elevar a sobrevida deles até os dez anos, ou 15, no caso de vira-latas. E o interessante é que eles sobrevivem saudáveis", afirma o veterinário.

Nos animais domésticos, a contaminação também não surge apenas por alimentos. É possível ocorrer intoxicação por meio dos recipientes onde os bichinhos comem e bebem, pelo desinfetante usado na limpeza da casa e até por brinquedos que eles roem. "Mas quem tem um animal de companhia é porque tem amor a ele, e não vai economizar esforços e dinheiro na busca do melhor tratamento", garante. 


Veja abaixo a tabela de taxas normais de minerais tóxicos no organismo de animais


Metais
Quantidades (em partes por milhão)
Alumínio
89 ppm
Arsênico
1,7 ppm
Bário
2,4 ppm
Cádmio
0,96 ppm
Chumbo
2,75 ppm
Mercúrio
0,57 ppm
Níquel
1,5 ppm
Berílio
0,06 ppm
Fonte: Ricardo Ávila - veterinário



Nova abertura para a Medicina Veterinária

Não se surpreenda se o seu veterinário pedir para cortar uma amostra dos pêlos do seu animal. Ele estará iniciando a primeira etapa da análise dos minerais em seu organismo: o mineralograma, um exame indolor e que pode revelar com alta precisão o desequilíbrio de minerais e a presença de metais tóxicos, o que causa graves prejuízos à saúde e sensíveis modificações de comportamento. 


Por que os pêlos? 


A partir de uma mecha dos pêlos de seu animal, nós conseguimos saber o que está faltando e o que está sobrando em seu organismo em termos de química? Assim podemos evitar que eles tenham problemas cardíacos, reumatismos, distúrbios de comportamento e outras anomalias. Atualmente nós podemos prolongar a vida de nossos queridos animais de estimação fazendo um exame já conhecido em humanos e com ótimos resultados.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos fornece uma boa resposta a esta pergunta: "O leite, a urina, a saliva e o suor permitem dosar as substâncias ingeridas mas eliminadas. O sangue permite dosar as substâncias absorvidas e temporariamente em circulação antes de serem eliminadas ou depositadas em algum lugar do organismo. Os pêlos, as unhas e os dentes são os tecidos onde os minerais são retidos e/ou armazenados."
Esse mesmo estudo concluiu que os cabelos humanos podem ser efetivamente utilizados para o controle biológico dos metais pesados tóxicos, pesquisa da mais alta importância para a saúde. Os pêlos foram selecionados como um dos mais importantes materiais de controle biológico mundial pelo Sistema Global de Controle Ambiental das Nações Unidas. A amostra de pêlos será enviada para um laboratório de nível internacional, onde será analisada por um instrumento de alta precisão - o espectômetro de massa atômica - que pode detectar simultaneamente mais de 70 minerais.
O seu veterinário verá, pelo resultado desta análise, quais os minerais que estão diminuídos ou aumentados. Essas alterações podem estar contribuindo para sérios problemas cardíacos, reumatismo, distúrbios de comportamento e outras anomalias dos seus animais.
A aplicação da Medicina Ortomolecular à Veterinária estendeu esse benefício não só aos animais caseiros, como cães e gatos, mas também a animais de pastoreio como cavalos, bois, cabras, ovelhas, assim como porcos e galináceos, igualmente beneficiando animais selvagens ou silvestres em cativeiro, permitindo aquilatar em todos eles seus problemas de saúde, suas carências alimentares e o desequilíbrio do seu meio ambiente. 


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